Inaugurado em 2019, o Skate Park de Ramalde foi alvo de uma nova intervenção, com o objetivo de aumentar a sua área e dotar o espaço de novas valências técnicas para a prática da modalidade. Um investimento que ronda os 300 mil euros, entre os 140 mil euros agora aplicados, a que se somam outros 150 mil euros investidos na construção inicial. O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, visitou o equipamento desportivo neste sábado de manhã.

Dois anos depois da inauguração (em novembro de 2019), o Skate Park de Ramalde conhece, agora, uma ampliação significativa na sua dimensão. Integrado no Parque Desportivo de Ramalde, o espaço inicial, com uma área de 950 metros quadrados, tem agora a sua área aumentada com mais 600 metros quadrados, perfazendo assim um total de 1550 metros quadrados. Nesta segunda fase do projeto foram ainda criadas zonas com bancos renovados e papeleiras, apostando ainda no reforço da iluminação.

“Quando fizemos a primeira fase [de construção] foi um sucesso imediato, com milhares de pessoas a praticar desporto. Por isso, decidimos avançar com estas obras de ampliação, permitindo que a população possa aproveitar esta zona e toda a sua envolvência”, afirmou Rui Moreira ao final da visita, que também contou com a presença da vereadora do Desporto e Juventude, Catarina Araújo, além de mais elementos da equipa da vereação.

Tal como sucedeu com a construção da primeira fase, o projeto de ampliação do Skate Park de Ramalde é também da responsabilidade do arquiteto e skater Francisco Lopez, mais conhecido como “França”, um dos principais especialistas nesta área e com assinatura firmada em vários parques existentes no país. Aliás, neste projeto em particular, a opinião dos skaters foi tida em conta, tendo o seu contributo sido preponderante para o desenho final da "grande piscina".

“Há uma muito boa relação com a vizinhança e esta comunidade. As pessoas gostam de ver movimento durante o dia e à noite. Tem sido uma integração plena, de um espaço que estava abandonado”, frisou o presidente da Câmara do Porto.

Construção de um parque infantil no horizonte

Mas as obras não vão parar no Parque Desportivo de Ramalde. Segundo revelou Rui Moreira, “está previsto a construção de um parque infantil, para usufruto da população local, e estamos à espera, com o INATEL, de fazermos um estádio da cidade, com todas as múltiplas valências.

Para já, com o objetivo de aumentar e beneficiar a oferta existente, criou-se agora uma nova zona, chamada de flow bowl, dedicada à vertente de rampa, um dos obstáculos preferidos dos praticantes da modalidade. Esta nova infraestrutura oferece todas as condições para acolher competições dos mais diversos níveis técnicos, desde o nível iniciante ao profissional, tanto de âmbito regional como nacional, permitindo ainda a prática de outras modalidades como a patinagem inline a o BMX Freestyle.

200 praticantes por dia

As obras de ampliação do Skate Park agradam a Pacal e Madu, dois jovens skaters que sonham, um dia, ser profissionais e chegar aos Jogos Olímpicos. Treinam todos os dias para concretizar os seus sonhos. “Esta nova zona é muito boa”, reconhece Pacal, 10 anos, e já campeão nacional de Sub-12. Também Madu, 13 anos, com sete anos de prática, valoriza o sítio: “É perto de casa, está na minha cidade, onde posso treinar, evoluir”.

Também Madu é campeão nacional de Sub-16 e chegou na época passada ao top 3 dos seniores. Para além deles, do Skate Park saíram também mais dois campeões nacionais: Matilde, Sub-12, e Rafaela Costa, Sub-16.

Os números da Federação de Patinagem de Portugal são claros: o skate foi a modalidade com maior procura e desenvolvimento nas escolas portuguesas em 2020, representando um crescimento de 20 a 25 por cento de novos praticantes por mês. Estima-se, aliás, que em Portugal existam atualmente cerca de 80 mil skaters ativos e mais 20 milhões em todo o mundo. Pelo Skate Park de Ramalde passam, em média, diariamente, cerca de 200 praticantes.

"São evidentemente números que nos enchem de orgulho, demonstrando assim que o atual Skate Park tem conhecido uma fortíssima dinâmica desde a sua abertura”, assumiu a vereadora e presidente do conselho de administração da empresa municipal Ágora - Cultura e Desporto do Porto, Catarina Araújo.

A responsável acrescentou ainda que “este investimento da autarquia supera todas as expectativas. Trata-se de um equipamento já há muito procurado e desejado pela comunidade, e que finalmente o tem para poder praticar e evoluir”.

“Eles adoram a nova bowl"

Ricardo Soares é pai de dois skaters, com 6 e 11 anos, que frequentam as aulas regulares. Para ele, a existência de um equipamento desportivo como este é “ímpar, quer pela localização, quer por estar inserido num recinto cuidado e com infraestruturas disponíveis, como casas de banho públicas e, principalmente, pela existência de um acompanhamento disponível de vários professores”, reconhece.

Elogia o aumento do espaço e a diversidade de experiências que esta obra veio proporcionar aos alunos. “Os meus filhos estavam muito entusiasmados com o que havia e agora adoram a nova ‘bowl’”, acrescenta. Esta é, de resto, a maior novidade desta versão (mais apetrechada) do Skate Park.

Este entusiamo de filhos (e pais) tem, afinal, uma explicação clara: “É uma excelente modalidade, com muitos benefícios, praticada ao ar livre e que permite desenvolver um espírito de inclusão entre todos muito boa. Coloca a cidade do Porto na vanguarda deste tipo de iniciativas e destaque das demais. Para os mais novos é sem dúvida uma grande oportunidade”, reconhece Ricardo Soares, em jeito de balanço.

Melhorias e novidades no espaço

Ao longo dos últimos dois anos, o Skate Park de Ramalde contou com quase cinco mil inscrições nas aulas e outras atividades programadas, e mais de mil atletas ou simples curiosos que por ali passaram e fruíram deste local nos anos de 2020 e 2021.

Nuno Gaia é professor de skate e reconhece que a ampliação do espaço, assumida pela empresa municipal GO Porto - Gestão e Obras do Porto, fornece novas potencialidades e funcionalidades. Além disso, irá permitir aos docentes “ensinar com maior eficácia algumas manobras aos alunos iniciantes na modalidade, uma vez que tem obstáculos de acesso mais fácil”.

Em relação aos alunos mais avançados, “e através do bowl, podem também experimentar outra vertente do skate que não a de street, que era a que a primeira fase do Skate Park oferecia”, refere.

“E sendo o skate uma modalidade olímpica (desde a última edição dos Jogos, em Tóquio), faz todo o sentido este investimento, uma vez que o número de skaters existente no Porto e arredores é bastante grande”, finaliza este atleta, ansioso por experimentar estas novas estruturas pensadas e idealizadas para a o aperfeiçoamento desportivo.

Gabinete de Comunicação da Câmara Municipal do Porto